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12/11/2025
Pesquisas científicas recentes comprovam que os jogos de tabuleiro atuam como verdadeiros laboratórios cognitivos. Um estudo conduzido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, com crianças entre 7 e 10 anos, demonstrou que a prática regular dessas atividades lúdicas promove melhorias significativas nas funções executivas. Essas habilidades cognitivas são essenciais para o planejamento, tomada de decisões e controle comportamental.
A neuropsicóloga Adele Diamond, referência internacional em desenvolvimento infantil, descreve as funções executivas como o "centro de comando do cérebro". Segundo Diamond, essas capacidades se desenvolvem intensamente durante a infância e são preditores diretos do sucesso escolar e emocional. Uma das formas mais eficazes de estimulá-las é justamente através dos jogos de tabuleiro, que desafiam as crianças a pensar estrategicamente enquanto se divertem.
Jogos como Xadrez e Damas exigem que os participantes planejem várias jogadas à frente, antecipando movimentos e calculando possíveis consequências. Esse exercício mental constante fortalece o raciocínio lógico e a capacidade de análise crítica. Pesquisas realizadas em ambiente escolar demonstraram que crianças com dificuldades de aprendizagem que receberam aulas de xadrez apresentaram melhorias significativas em habilidades matemáticas básicas.
Experimentos envolvendo jogos de tabuleiro numéricos, onde os jogadores movem peças através de espaços numerados sequencialmente, revelaram que crianças em idade pré-escolar desenvolveram competências matemáticas superiores em comparação com grupos que não participaram dessas atividades. O Banco Imobiliário, por exemplo, desafia os jogadores a gerenciar recursos financeiros, planejar investimentos e calcular ganhos e perdas, tornando o aprendizado matemático mais concreto.
Jogos como Detetive estimulam a dedução lógica e o pensamento investigativo. Ao reunir pistas e eliminar possibilidades, as crianças exercitam habilidades de análise e síntese, fundamentais para a resolução de problemas complexos.
A capacidade de manter o foco em uma tarefa específica é trabalhada naturalmente durante as partidas. Para vencer, é necessário prestar atenção nas estratégias dos adversários, lembrar das jogadas anteriores e planejar os próximos movimentos. Estudos científicos apontam melhorias na atenção sustentada e seletiva em crianças que praticam regularmente atividades com jogos de tabuleiro.
"Os jogos de tabuleiro proporcionam às crianças oportunidades valiosas de exercitar a concentração de forma lúdica, desenvolvendo habilidades que se refletem positivamente no desempenho escolar", destaca Andressa Côrtes, diretora pedagógica do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).
O Jogo da Memória, especialmente projetado para desenvolver memória visual e de curto prazo, auxilia no aprimoramento da capacidade de reconhecimento de padrões. Pesquisas também indicam redução de sintomas de desatenção e impulsividade em crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) após participarem de programas estruturados envolvendo jogos de tabuleiro.
Os jogos promovem interação presencial entre os participantes, estimulando diálogo, escuta ativa e construção coletiva de conhecimento. Diferentemente das experiências digitais solitárias, as atividades analógicas resgatam o prazer da convivência e fortalecem vínculos afetivos entre crianças, familiares e amigos.
Jogar ensina valores fundamentais como paciência, tolerância e respeito à vez do outro. As regras estabelecidas precisam ser seguidas por todos, o que desenvolve o senso de ética e justiça. Quando as crianças percebem que todos devem cumprir as mesmas normas, aprendem sobre igualdade e responsabilidade compartilhada.
Lidar com vitórias e derrotas é uma lição importante que os jogos proporcionam. Perder faz parte da experiência e ensina às crianças a importância de desenvolver resiliência emocional. Compreender que nem sempre vencemos, mas que as competições podem ser saudáveis e construtivas, contribui significativamente para a formação da inteligência emocional. "Quando estimulamos a criatividade e a resolução colaborativa de problemas através dos jogos, estamos preparando crianças para enfrentar desafios reais com mais segurança e maturidade", complementa Andressa Côrtes.
Para crianças menores, entre 4 e 6 anos, jogos com regras simples e partidas curtas são mais apropriados. Ludo, Jogo da Memória e Cara a Cara são excelentes opções para introduzir os pequenos ao universo dos jogos de tabuleiro. Essas atividades desenvolvem noções básicas como esperar a vez, seguir regras simples e lidar com resultados.
Entre 7 e 10 anos, as crianças já conseguem compreender regras mais complexas e se envolver em partidas mais longas. Banco Imobiliário, Detetive e Perfil são adequados para essa faixa etária, oferecendo desafios que estimulam raciocínio mais elaborado e planejamento estratégico.
Adolescentes a partir de 11 anos apreciam jogos que exigem estratégia avançada e pensamento abstrato. War, Xadrez e Imagem e Ação proporcionam desafios intelectuais significativos e podem ser jogados em níveis crescentes de complexidade, mantendo o interesse dos jogadores mais experientes.
É fundamental considerar os interesses individuais de cada criança ao escolher jogos. Algumas preferem desafios lógicos e matemáticos, enquanto outras se interessam mais por narrativas, mistérios ou expressão criativa.
Transformar sessões de jogos em momentos regulares de convivência familiar cria oportunidades preciosas para o fortalecimento dos laços afetivos. Uma "noite de jogos" semanal pode se tornar uma tradição familiar aguardada com entusiasmo pelas crianças, proporcionando memórias afetivas duradouras.
Começar com jogos simples e divertidos ajuda a captar o interesse das crianças sem frustrá-las com regras complexas demais. À medida que ganham confiança e experiência, é possível introduzir gradualmente desafios mais elaborados, respeitando sempre o ritmo individual de desenvolvimento.
Valorizar o processo de aprendizagem mais do que o resultado final ajuda as crianças a desenvolverem mentalidade de crescimento. Encorajar os participantes a explicarem suas estratégias e analisarem jogadas fortalece o raciocínio e aprofunda o aprendizado.
Participar ativamente das partidas, demonstrando entusiasmo genuíno, motiva as crianças a se envolverem mais. Adultos servem como modelos de comportamento, ensinando através do exemplo como lidar com vitórias e derrotas de forma equilibrada.
Jogos de tabuleiro representam recursos educacionais valiosos que combinam diversão e aprendizado significativo. As evidências científicas confirmam seus múltiplos benefícios para o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e motor das crianças.
Incentivar a prática regular dessas atividades, seja em casa ou em ambientes educacionais, contribui para formar indivíduos mais criativos, empáticos, resilientes e preparados para os desafios contemporâneos. Resgatar o tempo da presença, do raciocínio pausado e da convivência genuína é um presente valioso que podemos oferecer às novas gerações.
Para saber mais sobre jogos de tabuleiro, visite https://querobolsa.com.br/revista/jogos-de-tabuleiro-para-criancas e https://www.ninhosdobrasil.com.br/melhores-jogos-de-tabuleiro