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menina com boneca e saiba como orientar sobre finanças e gastos da mesada

Educar para o futuro: como orientar finanças desde a mesada

20/10/2025

Ensinar uma criança a lidar com o próprio dinheiro é uma lição que ultrapassa a matemática. Trata-se de uma experiência prática que desenvolve responsabilidade, planejamento e consciência sobre escolhas. A introdução das finanças no dia a dia familiar, especialmente por meio da mesada, é uma das formas mais eficazes de construir hábitos financeiros sólidos desde cedo.

A mesada é mais do que um valor entregue periodicamente. É uma ferramenta educativa que permite à criança compreender que o dinheiro tem limite, exige escolhas e precisa de planejamento. O primeiro passo é definir uma quantia adequada à idade e à realidade financeira da família. Não é o valor que importa, mas sim o aprendizado que ele proporciona.

 

Quando começar e como orientar

O contato com o dinheiro pode começar ainda na primeira infância, em situações simples, como receber o troco de uma compra simbólica ou participar das decisões de casa sobre pequenos gastos. A partir dos seis ou sete anos, muitas crianças já estão prontas para receber uma quantia regular de mesada e aprender a administrá-la.

A frequência deve ser ajustada conforme a idade: para os menores, valores semanais ajudam a compreender ciclos curtos; para os adolescentes, a mesada mensal estimula o planejamento de longo prazo. O importante é manter a regularidade, de modo que a criança perceba que o dinheiro não surge de forma imprevisível, mas segue um ritmo que exige organização.

 

O papel da família na educação financeira

Orientar os filhos sobre como gastar a mesada é tão importante quanto entregá-la. As conversas devem incluir temas como economia, poupança e prioridades. Ao ajudar a criança a estabelecer metas — como guardar parte do dinheiro para um brinquedo ou passeio —, os pais incentivam a disciplina e o senso de conquista.

“As escolhas não surgem do nada: devem ser guiadas e refletidas em família”, afirma Juliana Figallo, coordenadora de educação infantil do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ). Segundo ela, quando o diálogo é constante, as crianças aprendem que o valor do dinheiro está diretamente ligado ao esforço e ao planejamento.

Acompanhar como o dinheiro é utilizado também faz parte da aprendizagem. Os pais podem conversar sobre o que foi comprado, como o valor foi distribuído e o que poderia ter sido feito de forma diferente. Esse acompanhamento não deve ser controlador, mas orientador, mostrando que erros e acertos são etapas naturais do processo.

 

Mesada com propósito

A mesada educativa não deve ser confundida com recompensa por boas notas ou por tarefas domésticas. Quando o dinheiro é usado como prêmio, a criança pode associar todo esforço à recompensa financeira, perdendo de vista a importância de responsabilidades que fazem parte da vida cotidiana.

O ideal é que a mesada esteja ligada à confiança e à orientação. Cabe aos pais explicar que o valor deve ser administrado com cuidado, que parte pode ser guardada e outra parte usada para pequenas vontades. Isso ensina que o consumo exige escolhas e que adiar um desejo pode trazer benefícios maiores no futuro.

Incentivar a poupança é outro aspecto essencial. Separar uma pequena parcela da mesada para guardar ensina que o dinheiro também pode crescer e ser usado de forma estratégica. Essa noção simples prepara a criança para decisões mais complexas na vida adulta, como investimentos e controle de orçamento.

 

Valor e constância

Não existe um cálculo exato para definir o valor da mesada. O importante é que ele seja compatível com o orçamento familiar e suficiente para permitir escolhas, mas não excessos. Alguns pais preferem usar a idade como referência; outros estabelecem um valor fixo conforme a necessidade. O fundamental é que a quantia seja constante, evitando pagamentos irregulares que comprometam o aprendizado sobre planejamento.

A constância dá à criança uma referência de segurança e previsibilidade. Ela aprende que precisa se organizar para que o dinheiro dure até o próximo pagamento. Quando o valor acaba antes do tempo, a experiência se transforma em lição prática sobre controle e responsabilidade.

 

Do cofrinho ao digital

As formas de lidar com o dinheiro também evoluem conforme a idade. O tradicional cofrinho ainda é um ótimo ponto de partida para as crianças pequenas. Ele materializa o ato de guardar e mostra, de forma visual, como a quantia cresce com o tempo. Já para os adolescentes, a introdução de meios digitais pode ser um caminho natural, desde que acompanhada de explicações sobre segurança e responsabilidade.

Mais do que aprender a usar aplicativos ou cartões, o jovem precisa compreender o que significa ter controle sobre seus próprios recursos. A tecnologia pode facilitar, mas o princípio é o mesmo: entender que cada escolha tem consequências e que o planejamento é o alicerce de uma vida financeira equilibrada.

 

Aprendizado prático e emocional

O aprendizado financeiro não se resume a números. Ele também envolve aspectos emocionais. Ensinar a criança a esperar, a lidar com a frustração de não poder comprar algo de imediato e a planejar para alcançar um objetivo ajuda no desenvolvimento da paciência e da resiliência.

Com a mesada, a criança descobre que o dinheiro é finito e que o prazer imediato nem sempre é o melhor caminho. Ela aprende a priorizar e a distinguir o que é realmente importante. Esse processo fortalece o senso de autonomia e contribui para a formação de adultos mais conscientes em suas decisões de consumo.

 

Erros que ensinam

Gastar tudo de uma vez, esquecer de guardar uma parte, comprar por impulso: tudo isso faz parte da aprendizagem. O erro, quando acompanhado de orientação, se transforma em oportunidade. Cabe aos pais conversar sobre o que aconteceu, sem repreender de forma severa, mas incentivando a reflexão e o replanejamento.

Segundo Juliana Figallo, o papel da família é acolher esses erros como parte do processo educativo. “A mesada é uma ferramenta de aprendizado, não um teste de desempenho. O importante é que a criança aprenda a pensar antes de agir e perceba o valor do esforço”, destaca a coordenadora.

 

Um investimento para o futuro

A educação financeira é um investimento que começa em casa e traz resultados por toda a vida. Crianças que aprendem a lidar com dinheiro desde cedo tendem a se tornar adultos mais organizados e seguros. A mesada, quando bem conduzida, é uma forma prática e acessível de ensinar conceitos que influenciam diretamente a autonomia e o equilíbrio emocional.

O diálogo sobre finanças deve ser contínuo. Cada situação cotidiana pode se tornar uma lição: desde a escolha de um lanche até o planejamento de uma compra maior. O objetivo é formar indivíduos que entendam o valor do dinheiro, saibam planejar e consigam tomar decisões conscientes.

Para saber mais sobre finanças para crianças e jovens, visite https://blog.pagseguro.uol.com.br/mesada-educativa/ e https://www.embracon.com.br/blog/seu-filho-recebe-mesada-descubra-o-valor-ideal-para-cada-idade   

 


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