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menina lendo livro

Grandes nomes da literatura infantil brasileira

15/09/2025

A literatura brasileira infantil começou a se destacar no início do século XX e desde então tornou-se um dos pilares mais importantes na formação cultural e emocional das crianças. Monteiro Lobato é considerado o grande precursor desse movimento. Com o “Sítio do Picapau Amarelo”, ele criou um universo único, onde fantasia e realidade se misturam de forma envolvente, aproximando o leitor do folclore brasileiro, da ciência, da mitologia e de temas sociais. Personagens como Emília, Narizinho e Dona Benta são até hoje reconhecidos em todo o país, e suas histórias continuam sendo reeditadas e adaptadas para televisão e teatro.

Além da diversão, Lobato trouxe para suas obras uma dimensão educativa. Em seus livros, as crianças aprendiam sobre história, geografia e cultura de maneira natural, sem a sensação de estarem diante de uma aula formal. Essa combinação de entretenimento e aprendizado abriu caminho para que outros autores brasileiros desenvolvessem obras igualmente criativas, mantendo viva a tradição literária infantil no país.

Temas e estilos na literatura brasileira infantil 

Com o passar das décadas, outros escritores seguiram os passos de Monteiro Lobato, mas cada um trazendo uma abordagem própria. Ana Maria Machado é um dos nomes mais lembrados quando se fala em literatura brasileira para crianças. Ganhadora de prêmios internacionais, ela escreveu mais de cem livros e conseguiu unir leveza, fantasia e reflexões sobre temas importantes. Obras como “Menina Bonita do Laço de Fita” celebram a diversidade e ajudam crianças a compreenderem o valor da identidade e do respeito às diferenças.

Lygia Bojunga também deixou uma marca profunda ao trazer narrativas que falam sobre sentimentos, crescimento pessoal e descobertas. Em “A Bolsa Amarela”, por exemplo, ela retrata o universo infantil com sensibilidade, abordando desejos e inseguranças de forma poética e acessível. Suas histórias são conhecidas por estimularem a imaginação e por tratarem os leitores jovens com respeito, oferecendo textos que não subestimam sua capacidade de interpretação e reflexão.

Pedro Bandeira, por sua vez, conquistou o público infantojuvenil com livros cheios de aventuras, mistérios e humor. Obras como “O Fantástico Mistério de Feiurinha” e a série “Os Karas” prenderam a atenção de várias gerações e continuam entre os mais lidos nas escolas brasileiras. Essa mistura de ação e mensagens sobre amizade, coragem e ética garante que suas histórias permaneçam atuais, mesmo décadas após o lançamento.

Outro nome impossível de ignorar é Ziraldo, criador do famoso “O Menino Maluquinho”. Publicado pela primeira vez em 1980, o livro fala sobre infância, família e amizade com simplicidade e bom humor, conquistando crianças e adultos. A obra foi adaptada para o cinema e para os quadrinhos, ampliando ainda mais seu alcance e tornando-se parte da memória afetiva de muitos brasileiros.

E quando o assunto é popularidade, Mauricio de Sousa tem um lugar especial. Com a Turma da Mônica, criada em quadrinhos e depois expandida para livros e animações, ele construiu um dos universos mais conhecidos do país. Suas histórias, além de divertidas, transmitem valores como amizade, respeito e solidariedade, alcançando leitores de diferentes idades e origens. “Ao apresentar para as crianças nomes consagrados da literatura brasileira, os pais oferecem não apenas entretenimento, mas também contato com valores culturais e sociais que ajudam na formação cidadã”, afirma Andressa Côrtes, diretora pedagógica do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).

A importância cultural e educativa das obras

As histórias criadas por esses autores não servem apenas para entreter. Elas cumprem um papel fundamental na formação de leitores e na construção da identidade cultural brasileira. Ao trazer para o centro da narrativa elementos do folclore, da história e do cotidiano do país, esses escritores ajudam as crianças a compreenderem melhor o ambiente em que vivem, fortalecendo laços com a própria cultura.

Monteiro Lobato, por exemplo, introduziu personagens como o Saci e a Cuca para as novas gerações, garantindo que o folclore brasileiro permanecesse vivo. Ziraldo e Ana Maria Machado, cada um a seu modo, falaram sobre amizade, diversidade, cidadania e valores humanos universais. Lygia Bojunga levou para a literatura infantil temas mais introspectivos, como a busca pela identidade e o amadurecimento emocional, mostrando que os livros para crianças também podem abordar sentimentos complexos.

A variedade de estilos é outro ponto que merece destaque. Enquanto alguns autores preferiram histórias em prosa, outros se aventuraram nos quadrinhos, nas poesias ou nas narrativas curtas, oferecendo diferentes portas de entrada para o universo da leitura. Esse leque amplo permite que crianças com perfis distintos encontrem obras que despertem seu interesse, tornando o contato com os livros mais natural e prazeroso.

Obras para diferentes fases da infância e adolescência

A literatura brasileira infantil atende a todas as idades, desde os primeiros anos de vida até a adolescência. Para os leitores mais novos, livros ilustrados e de linguagem simples, como “Menina Bonita do Laço de Fita”, são ideais. Eles ajudam a despertar a curiosidade e a criar uma relação afetiva com os livros, além de permitirem que os pais leiam junto com os filhos, fortalecendo o vínculo familiar.

Na fase escolar, quando as crianças começam a ler sozinhas, obras como “O Menino Maluquinho” ou “O Sítio do Picapau Amarelo” oferecem narrativas mais longas, mas ainda acessíveis, que estimulam a imaginação e a reflexão sobre valores sociais e culturais. Para os pré-adolescentes e adolescentes, livros de aventura e mistério, como os de Pedro Bandeira, trazem tramas mais complexas, incentivando o raciocínio lógico e o hábito da leitura autônoma.

“Apresentar obras adequadas a cada faixa etária garante que a leitura seja uma experiência prazerosa e significativa. É nessa fase que se constrói o hábito que pode acompanhar a criança por toda a vida”, explica Andressa Côrtes.

Além disso, muitos desses livros dialogam com questões contemporâneas, como diversidade, sustentabilidade e ética, o que ajuda os jovens a desenvolverem pensamento crítico e empatia. Ao mesmo tempo em que divertem, essas narrativas preparam as novas gerações para lidarem com desafios reais da sociedade.

Legado e relevância atual da literatura brasileira infantil

Mesmo com o avanço das tecnologias e a popularização de recursos digitais, os livros infantis continuam a ter papel essencial na educação. Eles oferecem algo que nenhuma tela consegue substituir: a experiência de imaginar cenários, vozes e emoções a partir da leitura. Autores como Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Ziraldo, Pedro Bandeira e Mauricio de Sousa deixaram um legado que segue inspirando novas produções literárias e adaptações para cinema, TV e plataformas digitais, garantindo que suas histórias alcancem novas gerações.

O contato com esses autores permite que as crianças compreendam melhor a cultura brasileira e desenvolvam competências cognitivas e socioemocionais. Além disso, muitas de suas obras foram traduzidas para outros idiomas, levando a literatura brasileira para além das fronteiras do país e reforçando sua importância no cenário internacional.

Por tudo isso, conhecer e oferecer às crianças esses livros é uma forma de preservar a memória cultural e, ao mesmo tempo, preparar leitores críticos e criativos para o futuro. Pais, educadores e escolas têm papel fundamental nesse processo, pois ao incentivar a leitura, ajudam a manter viva uma das tradições mais ricas e significativas da educação brasileira.

Para saber mais sobre literatura brasileira, visite https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/educacao/autores-literatura-infantil-brasileira/ e https://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-brasileira/ 

 


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