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03/09/2025
O sucesso da animação Divertida Mente em 2015 abriu espaço para um debate amplo sobre como as emoções influenciam o desenvolvimento das crianças. Agora, com Divertida Mente 2, a história avança para a adolescência da protagonista Riley, trazendo novos sentimentos para o centro da narrativa, como Ansiedade, Tédio, Inveja e Vergonha. Essa abordagem torna ainda mais evidente a conexão entre a animação e a educação infantil, já que o filme oferece recursos valiosos para pais e professores trabalharem temas complexos de maneira acessível.
A força dessa produção está em dar forma e voz às emoções, algo que ajuda crianças a compreenderem que sentir tristeza, medo ou frustração faz parte da vida. Em vez de tratar essas experiências como algo a ser evitado, o filme mostra que cada emoção tem uma função importante no equilíbrio emocional. Essa lição, quando discutida em casa ou na escola, pode transformar a forma como os pequenos lidam com seus próprios sentimentos.
A introdução de novos personagens amplia o entendimento de que emoções, muitas vezes vistas como negativas, podem ser construtivas. A Ansiedade aparece como protetora, ajudando Riley a se preparar para situações desconhecidas. O Tédio, normalmente associado à falta de motivação, é mostrado como ponto de partida para a criatividade e para a busca de novas experiências. A Inveja surge como sentimento que, se bem administrado, pode motivar a superação de desafios e a busca por crescimento.
Esse retrato faz diferença para as crianças porque oferece uma visão mais realista da vida emocional. Reconhecer a presença desses sentimentos, sem tabu, ajuda a construir uma relação mais saudável com eles. Quando a criança entende que não precisa reprimir a tristeza ou a raiva, mas sim aprender a lidar com essas emoções, desenvolve maturidade emocional que será útil em todas as fases da vida. “Quando a criança aprende a nomear e compreender suas emoções, ela desenvolve habilidades socioemocionais que são fundamentais para sua convivência e aprendizado”, explica Andressa Côrtes, diretora pedagógica do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).
O cinema, especialmente em produções como Divertida Mente 2, pode ser um recurso educativo indireto de grande valor. Assistir ao filme em família ou em grupo dá origem a conversas naturais sobre sentimentos e comportamentos. Crianças que veem Riley enfrentar dilemas emocionais encontram pontos de identificação com suas próprias vivências, o que facilita a reflexão sobre situações cotidianas.
Essa relação é valiosa para pais e professores, pois permite abordar emoções sem transformar o assunto em uma palestra ou em algo distante da realidade infantil. O filme funciona como uma metáfora clara: cada personagem representa uma emoção e, juntos, eles mostram que o equilíbrio depende da aceitação de todas elas.
Outro ponto interessante é a forma como o longa valoriza as memórias na formação da identidade. Para Riley, lembranças da infância são âncoras emocionais que ajudam a enfrentar as transformações da adolescência. Esse aspecto ressalta a importância de preservar boas experiências na infância, mostrando às crianças que suas histórias pessoais são parte essencial do que elas se tornam.
O desenvolvimento socioemocional é cada vez mais reconhecido como parte fundamental da educação. Habilidades como empatia, resiliência, cooperação e autoconhecimento influenciam diretamente a aprendizagem acadêmica e a convivência social. Divertida Mente 2 oferece exemplos concretos de como essas competências podem ser trabalhadas de maneira lúdica.
A amizade, o respeito às diferenças e a coragem diante de novos desafios são pontos fortes da narrativa. Ao acompanhar Riley, as crianças observam que errar, sentir medo ou duvidar de si mesmas são experiências comuns e que podem ser superadas. Esse aprendizado, mediado por pais e professores, reforça a ideia de que todas as emoções têm valor.
“Produções como Divertida Mente 2 mostram que o desenvolvimento emocional deve caminhar junto com o cognitivo. Quando as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, elas também se tornam mais abertas ao aprendizado acadêmico”, reforça Andressa Côrtes.
Além disso, a mensagem de que não existem emoções boas ou ruins, mas sim diferentes formas de nos relacionarmos com o mundo, contribui para a formação de indivíduos mais equilibrados. Crianças que aprendem cedo a reconhecer sentimentos próprios e alheios tendem a desenvolver relações mais empáticas e saudáveis.
Ao unir entretenimento e reflexão, Divertida Mente 2 se consolida como uma ferramenta educativa poderosa. A animação ensina que emoções, mesmo aquelas consideradas difíceis, são essenciais para o crescimento humano. Ao personificar sentimentos, o filme torna o tema acessível para crianças, pais e educadores, criando oportunidades de diálogo e aprendizado.
Na educação infantil, essa lição é especialmente importante. O filme incentiva a aceitação das emoções como parte natural da vida, ajudando a criança a construir autoconfiança e equilíbrio emocional. Para os adultos, assistir junto e conversar sobre a história é uma forma de apoiar o desenvolvimento integral, transformando a experiência em algo maior que o simples ato de assistir a um filme.
Assim, Divertida Mente 2 ultrapassa o papel de entretenimento e se torna um recurso significativo para a formação emocional das novas gerações, mostrando que cada sentimento tem sua importância e que aprender a lidar com eles é um dos maiores desafios — e também um dos maiores aprendizados — da infância.
Para saber mais sobre Divertida Mente 2, visite https://ufob.edu.br/especial-de-quarentena/tv/divertida-mente-o-que-podemos-tirar-de-licao-nesse-filme e https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2xx3lpmj6do