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04/08/2025
Nos últimos anos, o papel do pai deixou de ser visto apenas como o de provedor financeiro para assumir espaço também no afeto e no cuidado diário. A chamada paternidade ativa rompe com modelos antigos que limitavam a figura paterna a compromissos ocasionais, colocando o homem no centro de uma participação constante na vida dos filhos.
Essa mudança não é apenas individual, mas reflete um avanço cultural importante. Pesquisas apontam que crianças com pais presentes têm mais autoestima, melhor rendimento escolar e maior facilidade em desenvolver habilidades sociais e emocionais. O convívio próximo com o pai cria referências de segurança e estabilidade emocional que acompanham o indivíduo por toda a vida.
“Quando o pai participa da vida escolar e cotidiana dos filhos, ele reforça a importância do cuidado compartilhado e mostra que educação é responsabilidade de todos”, afirma Juliana Figallo, coordenadora de educação infantil do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).
Ser um pai ativo não é apenas marcar presença em datas comemorativas ou ajudar ocasionalmente nas tarefas de casa. É integrar-se ao dia a dia da criança de forma intencional e constante: levar e buscar na escola, acompanhar consultas médicas, ajudar no dever de casa, brincar, orientar e oferecer apoio emocional. Essa rotina compartilhada constrói confiança e demonstra que a figura paterna é uma base segura para o filho.
A paternidade ativa também exige escuta. Conversar sobre sentimentos, entender preocupações e validar emoções fortalece o vínculo. Ao mostrar que o pai está disponível não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, a criança aprende sobre respeito, empatia e cooperação.
O pai é muitas vezes a primeira referência masculina na vida da criança. A forma como ele se relaciona com os filhos influencia diretamente a visão que terão sobre masculinidade, autoridade e afeto. Um pai presente, que cuida e demonstra vulnerabilidade, ajuda a quebrar estereótipos ligados à rigidez emocional e à ideia de que homens não expressam sentimentos.
Estudos mostram que filhos de pais ativos desenvolvem maior autonomia e segurança para explorar o mundo. Ao contar com apoio constante, a criança sente que pode enfrentar desafios, superar frustrações e se relacionar com outras pessoas de forma saudável. Isso impacta também a vida adulta, refletindo em relações mais equilibradas e maior capacidade de lidar com adversidades.
Além disso, a participação ativa do pai influencia de forma positiva o desempenho escolar. Crianças que recebem incentivo, acompanhamento e orientação dos pais costumam apresentar melhor aproveitamento nas tarefas e mais interesse pelo aprendizado.
Apesar dos avanços, muitos homens ainda encontram obstáculos para exercer uma paternidade ativa. Entre as barreiras mais comuns estão estereótipos de gênero que associam o cuidado apenas às mães, ambientes de trabalho inflexíveis e a falta de exemplos de paternidade participativa nas gerações anteriores.
A pressão social também desempenha um papel importante. Ainda existe a ideia, em alguns contextos, de que o pai é “ajudante” e não corresponsável pelos cuidados diários. Essa percepção precisa ser superada para que os homens se sintam encorajados a assumir um papel mais presente e afetivo.
Para que mais homens se tornem pais ativos, é essencial investir em mudanças culturais. Campanhas de conscientização, programas de formação sobre parentalidade e incentivo à participação masculina em atividades escolares e comunitárias ajudam a consolidar esse novo modelo de cuidado.
Adotar pequenas mudanças no dia a dia pode transformar a relação entre pai e filho. Algumas atitudes práticas incluem:
Participar de momentos simples, como refeições e brincadeiras.
Manter comunicação aberta sobre sentimentos e experiências.
Acompanhar o desempenho escolar e participar de reuniões.
Dividir igualmente as tarefas domésticas e cuidados com a criança.
Reservar tempo para atividades exclusivas com o filho.
Essas ações mostram para a criança que o cuidado é prioridade, não uma obrigação. A constância no envolvimento constrói memórias afetivas e valores que acompanham a vida adulta.
Pais que exercem a paternidade ativa não transformam apenas a própria família, mas contribuem para uma sociedade mais justa e equilibrada. Ao compartilhar responsabilidades com as mães, reduzem a sobrecarga feminina e criam um ambiente familiar mais saudável.
Essa mudança também influencia as futuras gerações. Meninos que crescem vendo o pai participar ativamente tendem a reproduzir esse comportamento quando se tornam adultos, ajudando a quebrar ciclos de ausência paterna. Meninas, por sua vez, aprendem a valorizar relações baseadas no respeito e na cooperação, levando esses princípios para sua vida pessoal e profissional.
A paternidade ativa não é um ato isolado, mas um compromisso diário. Requer presença física, envolvimento emocional e disposição para aprender com os filhos. É um processo de mão dupla: enquanto cuida e educa, o pai também se transforma, desenvolvendo empatia, paciência e resiliência.
Ao incluir o pai em decisões escolares, consultas médicas e momentos de lazer, a família cria uma rede de apoio mais sólida. Essa integração é fundamental para o equilíbrio emocional da criança e para a construção de vínculos que resistem ao tempo.
Valorizar a paternidade ativa é reconhecer que o cuidado não tem gênero. Quando pais e mães compartilham responsabilidades de forma justa, todos se beneficiam: as crianças crescem mais seguras, as mães têm mais apoio e os pais experimentam a plenitude de um papel essencial na vida dos filhos.
Para saber mais sobre paternidade ativa, visite https://www.meer.com/pt/80720-a-importancia-da-paternidade-ativa-na-infancia