30/07/2025
Crianças pequenas sentem medo do escuro, de barulhos altos, de se separarem dos pais ou até mesmo de monstros imaginários. Esse tipo de reação, apesar de parecer desconfortável, faz parte do desenvolvimento emocional e ajuda os pequenos a aprenderem a se proteger de riscos. No entanto, quando a intensidade do medo impede a criança de frequentar a escola, brincar ou realizar tarefas simples do cotidiano, pode ser sinal de fobia — e a diferença entre os dois conceitos é essencial para uma intervenção adequada.
Enquanto o medo é uma resposta emocional normal a situações novas ou ameaçadoras, a fobia se caracteriza por um medo desproporcional, persistente e incapacitante. O simples fato de pensar em uma situação específica pode gerar crises de ansiedade, evasão de ambientes e até sintomas físicos como tremores, suor excessivo e dores no estômago.
“Nem todo medo é um problema. Ele pode ser um sinal de alerta do corpo. Mas é importante observar quando esse medo começa a limitar a vida da criança”, afirma Juliana Figallo, coordenadora de educação infantil do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).
O desenvolvimento natural do medo acompanha as etapas da infância. Nos bebês, a angústia da separação é mais frequente; já entre os três e seis anos, surgem medos mais ligados à imaginação. A partir dos sete anos, as crianças passam a temer perigos reais, como acidentes, doenças ou perdas. É esperado que esses medos diminuam com o tempo, conforme os pequenos amadurecem emocionalmente. Mas, se o quadro se intensifica, é sinal de alerta.
Entre as fobias mais comuns na infância estão o medo de animais, de injeções, de lugares altos e o medo social — quando a criança evita interações ou apresentações por receio extremo de ser avaliada ou rejeitada. Essas situações provocam sofrimento contínuo e muitas vezes levam à evitação, prejudicando a convivência e o desenvolvimento.
O acolhimento é o primeiro passo para ajudar. Validar os sentimentos da criança, ouvir com atenção e não ridicularizar seus medos são atitudes fundamentais. Técnicas como a exposição gradual e o uso de histórias infantis sobre superação de medos também contribuem positivamente. Outro recurso importante é o exemplo dos adultos: pais que demonstram calma diante de desafios ajudam a transmitir segurança.
Em casos mais severos, é recomendável procurar um psicólogo especializado em infância. A terapia cognitivo-comportamental costuma apresentar bons resultados, oferecendo estratégias para lidar com o medo e restabelecer a rotina com mais leveza.
A diferença entre medo e fobia está na intensidade e nos efeitos causados. Quando há prejuízo emocional e social, é hora de intervir com apoio e cuidado. Reconhecer essa linha tênue é um gesto de carinho e atenção ao desenvolvimento saudável das crianças.
Para saber mais sobre medo infantil, visite https://leiturinha.com.br/blog/medo-alem-do-normal/ e https://www.vittude.com/blog/medo-infantil-como-trabalhar-psicologo/