16/06/2025
Queda repentina no rendimento escolar, afastamento dos amigos, irritabilidade constante e alterações no sono podem ser sinais de que algo não vai bem com a saúde mental de uma criança ou adolescente. Mudanças de comportamento, ainda que sutis, precisam ser observadas com atenção, já que podem indicar desde fases passageiras de estresse até quadros mais sérios de ansiedade, depressão ou transtornos emocionais.
Na escola, os professores e funcionários estão entre os primeiros a perceber alterações no comportamento dos alunos. Uma criança que costumava participar das aulas e passa a se isolar, ou um estudante que começa a ter explosões de raiva sem motivo aparente, por exemplo, pode estar enfrentando um problema emocional. Em muitos casos, esses sinais são confundidos com “birra” ou “desinteresse”, o que dificulta a busca por ajuda adequada.
A colaboração entre escola e família é essencial nesse processo. A saúde mental está diretamente ligada à forma como o estudante lida com emoções, relações interpessoais e desafios da rotina. Quando esse equilíbrio é afetado, surgem sintomas como falta de concentração, dificuldades para dormir, baixa autoestima e até crises de choro ou comportamento agressivo. Esses sintomas não devem ser ignorados, mesmo que pareçam isolados ou passageiros.
Para Andressa Côrtes, diretora pedagógica do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ), é importante que o ambiente escolar favoreça o diálogo e o acolhimento. “Quando os alunos sentem que têm com quem contar, expressam com mais facilidade o que estão sentindo. Isso faz toda a diferença na prevenção e no cuidado com a saúde mental”, afirma.
Outro fator relevante é a presença de uma rede de apoio. Isso envolve não apenas profissionais da escola, mas também o envolvimento da família e, quando necessário, o encaminhamento para acompanhamento psicológico. Quanto mais cedo os sinais forem identificados, maiores são as chances de intervenção eficaz e de recuperação da estabilidade emocional.
O estigma em torno das questões de saúde mental ainda é um desafio. Muitos alunos evitam falar sobre seus sentimentos por medo de serem julgados, e nem sempre os pais têm conhecimento ou preparo para lidar com o assunto. Criar espaços seguros de escuta, incentivar a expressão das emoções e trabalhar a empatia dentro e fora da sala de aula são caminhos possíveis para enfrentar esse obstáculo.
Por fim, é essencial lembrar que a saúde mental não é apenas a ausência de doenças, mas sim a capacidade de lidar com as emoções de forma equilibrada e funcional. Identificar problemas nesse campo não é fácil, mas a observação cuidadosa e o acolhimento constante fazem a diferença para que os alunos se desenvolvam com mais segurança, bem-estar e autonomia. Para saber mais sobre saúde mental, acesse https://www.saudementalnaescola.com/ e https://drauziovarella.uol.com.br/psiquiatria/saude-mental-nas-escolas-como-os-professores-podem-ajudar-seus-alunos