28/05/2025
O psicólogo e pesquisador Howard Gardner ficou conhecido mundialmente por propor uma visão mais ampla e inclusiva da inteligência. Em vez de considerar apenas o raciocínio lógico ou a linguagem como medidas de capacidade intelectual, Gardner argumentou que existem diferentes formas de inteligência, todas com valor e potencial próprios. Essa teoria, chamada de inteligências múltiplas, alterou profundamente a maneira como a aprendizagem passou a ser compreendida e praticada.
Professor da Universidade de Harvard e influenciado por nomes como Jean Piaget e Robert Sternberg, Gardner investigou tanto pessoas com altas habilidades quanto indivíduos com lesões cerebrais. A partir dessas observações, concluiu que há múltiplas habilidades cognitivas que não podem ser resumidas em um único teste de QI.
Inicialmente, Gardner identificou sete tipos de inteligência. Com o tempo, acrescentou outras duas, totalizando nove: linguística, lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial. Cada pessoa possui essas inteligências em diferentes níveis de desenvolvimento, o que ajuda a explicar por que alguns aprendem melhor por meio da música, enquanto outros se destacam em esportes, interação social ou observação da natureza.
“Compreender que os estudantes aprendem de maneiras distintas amplia as possibilidades de ensino e valoriza talentos que antes eram ignorados”, destaca Andressa Côrtes, diretora pedagógica do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ). Segundo ela, essa perspectiva permite adaptar atividades e reconhecer o potencial único de cada criança.
A teoria das inteligências múltiplas também ajuda pais e responsáveis a compreender melhor os filhos. Uma criança introspectiva, por exemplo, pode ter alta inteligência intrapessoal, o que não significa falta de interesse ou empenho, mas sim uma forma diferente de se expressar e aprender. Já outra, com habilidades em desenho ou construção, pode ter a inteligência espacial como destaque.
Além de contribuir para o desenvolvimento acadêmico, a teoria tem impacto direto na autoestima e no bem-estar emocional dos alunos. Ao perceberem que suas habilidades são reconhecidas, mesmo que não estejam ligadas ao desempenho tradicional em provas, os estudantes se sentem mais motivados e confiantes.
Essa abordagem também orienta escolhas de vida mais alinhadas às aptidões individuais. Alguém com inteligência musical pode se realizar como compositor ou educador; quem demonstra facilidade em lidar com o outro pode se desenvolver na psicologia, no ensino ou na liderança. Para saber mais sobre inteligências múltiplas, acesse https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias-multiplasnovo-conceito-educacao.htm e https://www.inteligenciadevida.com.br/pt/conteudo/quem-e-howard-gardner-especialistas-em-educacao/