07/05/2025
Empilhar blocos, montar cabanas, correr atrás de amigos ou criar histórias com bonecos: cada uma dessas brincadeiras, aparentemente simples, ativa múltiplas áreas do desenvolvimento infantil. A infância é marcada por esse brincar espontâneo, que não exige metas ou resultados, mas carrega em si um potencial formativo profundo. É brincando que a criança conhece o mundo, se conhece, se comunica e constrói as bases para a vida adulta.
Brincadeiras sensoriais, por exemplo, ajudam na percepção do próprio corpo e do ambiente. Ao manusear massinhas, explorar diferentes texturas ou pintar com os dedos, as crianças aprimoram coordenação motora, percepção tátil e até noções iniciais de organização espacial. Já ao se envolver em jogos simbólicos — os famosos faz de conta — entram em contato com o imaginário, a linguagem e os papéis sociais, desenvolvendo empatia, vocabulário e a capacidade de se colocar no lugar do outro.
Para Juliana Figallo, coordenadora de educação infantil do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ), o brincar é também uma linguagem: “A criança se expressa através da brincadeira e, por isso, quem brinca com ela consegue compreender melhor seus sentimentos, seus medos e seus interesses”. O tempo dedicado ao brincar é, portanto, também tempo de escuta e vínculo.
As brincadeiras em grupo são especialmente ricas para o desenvolvimento social e emocional. Ao negociar regras, resolver pequenos conflitos ou lidar com frustrações durante o jogo, a criança aprende a conviver, a respeitar o outro e a lidar com seus próprios limites. Essas habilidades são essenciais para a construção de relações saudáveis e para o fortalecimento da autoestima.
Atividades ao ar livre — como pular amarelinha, correr, se esconder ou explorar a natureza — também têm papel importante. Elas estimulam o equilíbrio, a força muscular, o senso de direção e o domínio corporal, além de incentivarem o contato com o ambiente natural, algo cada vez mais raro em meio à rotina urbana e tecnológica.
No contexto atual, em que os dispositivos eletrônicos ocupam espaço crescente na rotina infantil, o brincar tradicional precisa ser preservado. Os jogos digitais têm seu valor, desde que usados com equilíbrio e sob orientação, sem substituir as experiências físicas e criativas. Equilibrar essas formas de brincar é um desafio moderno que exige participação ativa da família.
O adulto que brinca com a criança oferece não apenas companhia, mas afeto, escuta e estímulo. Participar do jogo, sem impor ritmo ou respostas, mostra à criança que sua imaginação é valorizada e que suas ideias importam. Para saber mais sobre a importância de brincar na educação infantil, acesse https://www.primeirainfanciaempauta.org.br/a-crianca-e-a-aprendizagem-a-importancia-do-brincar.html e https://educador.brasilescola.uol.com.br/comportamento/a-importancia-brincar.htm