16/04/2025
A observação atenta de pais, professores e colegas pode ser o primeiro passo para evitar que situações de bullying se instalem no ambiente escolar. Embora muitos casos sejam identificados depois que os danos já se manifestaram emocionalmente, existem sim formas eficazes de prevenir esse tipo de comportamento antes que ele se torne um padrão.
Entre as ações mais simples e eficazes está o estímulo à empatia desde os primeiros anos escolares. Quando as crianças são incentivadas a se colocar no lugar do outro, a tendência de praticar atos de exclusão, zombarias ou agressões verbais diminui. Isso vale tanto para interações presenciais quanto para ambientes virtuais, onde o cyberbullying tem ganhado espaço.
Uma das estratégias preventivas mais importantes é promover o diálogo aberto e constante. Crianças que se sentem ouvidas e respeitadas têm mais facilidade em relatar situações desconfortáveis ou em demonstrar quando algo está errado. “A escuta ativa, quando feita com atenção e sem julgamentos, é uma ferramenta poderosa na prevenção de conflitos”, afirma Juliana Figallo, coordenadora de educação infantil do Centro Educacional Pereira Rocha, de São Gonçalo (RJ).
Também é possível desenvolver atividades pedagógicas voltadas à reflexão sobre as diferenças. Trabalhos em grupo que valorizem a diversidade, rodas de conversa sobre respeito e convivência, leituras de livros que abordem o tema e dramatizações que representem situações reais são formas de ensinar, na prática, o valor do outro.
Os próprios alunos podem ser protagonistas das ações preventivas. Criar campanhas de conscientização dentro da escola, incentivar o apoio entre colegas e estabelecer redes de apoio entre turmas ajuda a criar um ambiente mais saudável. Nessas iniciativas, é importante que os estudantes aprendam a reconhecer os sinais do bullying e saibam como agir, seja como vítima, como testemunha ou até mesmo como quem já praticou atos agressivos e deseja mudar.
Outro ponto importante é o fortalecimento da autoestima. Crianças e adolescentes com uma autoimagem positiva tendem a lidar melhor com críticas e pressões sociais, o que reduz o impacto das provocações e aumenta a confiança para denunciar ou se posicionar contra o bullying.
No ambiente familiar, os pais devem observar mudanças de comportamento e manter uma rotina de diálogo afetuoso. Perguntar sobre o dia a dia, as amizades e as interações escolares ajuda a identificar qualquer sinal de alerta com mais rapidez. Além disso, atitudes como valorizar as conquistas dos filhos, ensinar sobre limites e respeito, e oferecer apoio emocional fazem parte do cuidado contínuo contra o bullying. Prevenir o bullying não é tarefa de um único ator. É uma construção coletiva que envolve escuta, empatia, firmeza e, acima de tudo, atenção constante às relações.
Para mais informações sobre bullying, acesse brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying ou www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar